terça-feira, 24 de novembro de 2015

VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER: UMA QUESTÃO DE GÊNERO

OBJETIVOS
Discutir e refletir sobre a temática das violências contra a mulher, problematizando as relações desiguais de gênero que geram as violações de Direitos Humanos desta população, no contexto da sociedade brasileira.

Assumir sua dimensão de produtoras/es de saberes pedagógicos em relação à questão das violências contra a mulher, constituindo-as/os as/os educadoras/es como sujeitos epistêmicos, pesquisadoras/es de sua própria prática, capaz de transformar a realidade social.

Subsidiar teórica e metodologicamente as/os profissionais da educação nas questões relativas às violências contra a mulher considerando os recortes raciais, as relações de gênero e a diversidade sexual por meio de práticas pedagógicas que promovam o respeito e afirmação de direitos humanos da população feminina.

Promover a articulação e o fortalecimento dessas discussões junto às equipes de gestão das escolas.

Possibilitar a reflexão sobre as formas de encaminhamentos dos casos de violação de direitos envolvendo estudantes e comunidade escolar fortalecendo a relação da Escola/Colégio com a rede de proteção.

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MOMENTO 1
Músicas, Conceito de Gênero e Imagens

Trechos das letras das músicas “Maria da Penha”, “Ai que saudades da Amélia” e “Mulheres de Atenas”.

Dentre todos os tipos de violência contra a mulher, existentes no mundo, aquela praticada no ambiente familiar é uma das mais cruéis e perversas. O lar, identificado como o local acolhedor e de conforto passa a ser, nesses casos, um ambiente de perigo contínuo que resulta num estado de medo e ansiedade permanentes. “Envolta no emaranhado de emoções e relações afetivas, a violência doméstica contra a mulher se mantém, até hoje, como uma sombra em nossa sociedade”.







1. Depois de uma troca de impressões iniciais, indique como as mulheres são retratadas nas três músicas:
Música 1 - Maria da Penha
Música 2 - Ai que Saudades da Amélia
Música 3 - Mulheres de Atenas

2. Na concepção do grupo, podemos afirmar que apenas uma dessas perspectivas representa as mulheres da sociedade contemporânea? Justifique sua resposta:

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CONCEITOS DE GÊNERO
Para as ciências sociais e humanas, o conceito de gênero se refere à construção social do sexo anatômico. Ele foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos
Duas questões importantes para entender o gênero:
1ª Sua arbitrariedade cultural, ou seja, o fato do gênero só poder ser compreendido em relação a uma cultura específica, pois ele só é capaz de ter sentidos distintos conforme o contexto sócio cultural no qual se manifesta;
2ª O caráter necessariamente relacional das categorias de gênero, isto é, só é possível pensar e/ou conceber o feminino em relação ao masculino e vice-versa.

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Após a discussão e reflexão sobre as relações de gênero apresentadas nas letras das músicas, promover uma análise a partir de algumas imagens:

Imagem 1: Propaganda em outdoor sobre aparelhos de som para carros.
Feminino: mulher submissa, mulher fiel, mulher traidora, não confiável
Masculino: machista (só se exige fidelidade da mulher e não do homem)

Imagem 2: Propaganda de chuteiras.

Feminino: mulher objeto, estereotipada (maria chuteira), dependente financeiramente do homem, interesseira, ligada em aparências, mulher como objeto sexual (mulher não vai faltar)
Masculino: resume o homem como provedor; reduz suas qualidades ao econômico (a ter a chuteira); precisa de algo (chuteira) para conseguir mulher

Imagem 3: Propaganda de Companhia Área.

Feminino: mulheres empoderadas; participativa na sociedade e do mundo do trabalho; profissão piloto de um jato - (símbolo de poder)
Masculino: sugere a igualdade e respeito entre homens e mulheres, pois, apesar de afirmar a participação feminina sem citar os homens na sociedade não desqualifica a participação masculina.

3. Relate quais padrões descritos podem ser associados às violências contra a mulher.
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MOMENTO 2
TRABALHANDO COM DADOS

Nesse momento apresentaremos alguns dados sobre as violências contra as mulheres, no Brasil e no Paraná. Estes dados são fundamentais para demonstrar a seriedade das violações de direitos cometidos contra a população feminina. Os dados referem-se ao Disque 180, da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.







“VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NEGRA”

De acordo com o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (RASEAM), publicado no ano de 2014 pela Secretaria de Políticas para Mulheres, compondo a maior parte da população brasileira, as mulheres têm avançado na conquista de seus direitos e de uma situação de igualdade com os homens.
Em 2012, as mulheres eram mais de 51% da população brasileira e as mulheres que se declararam negras compunham quase 52% da população feminina do país, como indicado no gráfico 2.1. Cabe destacar que a proporção da população feminina aumenta quanto mais alta é a sua faixa etária.


Também de acordo com o RASEAM/2014, o Brasil é um país majoritariamente urbano, com quase 85% de sua população residindo em cidades. As mulheres representavam,
em 2012, cerca de 52% da população residente nas cidades brasileiras, ao passo que eram 48% da população de áreas rurais. O gráfico 2.4 mostra a distribuição da população feminina por situação de domicílio nas Grandes Regiões, evidenciando a maior proporção de mulheres em áreas rurais nas Regiões Nordeste e Norte (25,1% e 23%, respectivamente).


Taxa da Mortalidade por Homicídio no Sexo Feminino, segundo raça/cor (em 100 mil mulheres).


4. Observar as diferentes formas de violências descritas nos dados do Disque 180; a situação do estado do Paraná em relação aos registros de violências do Disque 180 e IBGE, bem como dos homicídios de mulheres e o recorte racial que acentua as situações de violências contras as mulheres negras.
Quais seriam as causas/origens da manutenção das violências contra a população feminina?



10 comentários:

  1. Momento 1
    Questão 1 - Somente na música 1,a mulher é retratada com certa autonomia e atitude, nas demais, a mulher é retratada de foma passiva e submissa, porém a música do chico é uma critica a este comportamento.
    Questão 2 - Ainda nos tempos atuais se observa todos os comportamentos, desde as submissas, até aquelas que lutam pelos seus direitos.

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  2. Questão 01

    01. Maria da Penha: Mulher forte, consciente dos seus direitos e que firma posição perante os homens.
    02. Saudades da Amélia: Mulher submissa, estilo empregada e escrava do marido.
    03. Mulheres de Atenas: A música retrata a completa submissão da mulher, que se anula e se conforma em ser nada e star em segundo plano, para que o homem seja tudo. A música é uma crítica a esta situação e não apologia.

    02. Não. Existem na sociedade contemporânea mulheres em todas essas perspectivas, dependendo do local, ambiente e culturas em que se encontram. Exemplos: mulheres ocidentais no geral e mulheres muçulmanas (oriente).

    Damasceno e Tati

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  3. 1. Com relação à música Maria da Penha, representa uma conquista das mulheres ao longo do tempo contra a violência e exploração.
    A música Saudades da Amélia retrata uma visão machista, a mulher de antigamente que tinha como seu principal propósito servir ao homem, fazer os serviços da casa e gerar filhos.
    A música Mulheres de Atenas faz uma crítica velada, pois conhecendo-se o autor Chico Buarque sabemos que quando ele diz “seja como as mulheres de Atenas” ele está querendo dizer exatamente o contrário.
    2. Não. Assim como existem mulheres que lutam pelos seus direitos, são independentes e não aceitam nenhuma forma de violência e exploração, existem ainda outras que aceitam e se submetem por diversos motivos (financeiros, pelos filhos, por medo, etc).
    Profs Angélica, Carmen e SIlvana.

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  4. Na música 1 vemos a mulher tomando partido, dando o tom... O homem não pode humilhar, bater, machucar ou agredir. A mulher conhece seus direitos, e apela a eles para colocar o homem em seu lugar.
    Na música 2, Ataulfo Alves e Mario Lago retratam a mulher como alguém sem vaidades, submissas, que unicamente serve ao marido e cuida dele.
    E, na música 3, Chico Buarque faz analogia às mulheres cujos maridos passam boa parte do tempo fora, mas que quando voltam à casa, devem ser servidos, amados... Elas se subjugam, se humilham, se arrumam, se perfumam, inclusive se permitem ser traídas. Assim são as "Mulheres de Atenas".
    Pensamos que há modelos de mulheres que se ajustam a cada uma das 3 posturas sugeridas pelas músicas. Ainda existe a mulher submissa, que acredita que é "propriedade" do marido; há aquelas que não concordam, mas que se submetem por algum tipo de dependência (financeira, cultural, religiosa...); e, finalmente, há também as guerreiras, que vão à luta, que trabalham de igual para igual, e que fazem valer seus direitos...
    Mario, Neili e Rosália

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  5. A- Na primeira música é de uma mulher contemporânea,que já luta pelos seus direitos e tem conciência de sua realidade,
    tem atitudes próprias.


    B-Na segunda música, já se deslumbra novas possibilidades, onde a mulher contemporânea já
    se sobrepõe à figura nostálgica da cultura machista.

    C-Retrata uma mulher submetida a uma cultura rígida e dogmática.


    2-Não, porque ainda existem resquícios da cultura machista empregnados na sociedade contemporânea que se manisfestam
    em diferentes níveis sociais e culturais.

    Micheli, Lucineide e Euclides.

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  6. MOMENTO 2:
    Propagandas:
    Nas duas primeiras imagens a apelação é sexista e machista; a conquista masculina reduz a mulher a um objeto de consumo: chuteira; e a um comportamento de acordo à conveniência masculina: fidelidade, sem nenhuma contrapartida. Já a terceira imagem mostra uma mulher autoconfiante, independente, e por isso poderosa: alcançou um posto até então exclusivamente masculino: a carreira de piloto de avião.

    Causas/Origem da violência contra a mulher: aqui no Brasil, a pobreza tem cor. A mulher negra é mais desassistida, mais violentada, mais assassinada, mais explorada. Nossa sociedade ainda é patriarcal e machista. A cultura permite que o homem tenha muito mais liberdade que a mulher; fala-se de mães solteiras, mas não de pais solteiros; atitudes de maior tolerância com o homem que com a mulher (bebidas, noitadas, sair sozinho...);

    Mario, Neili, Rosalia

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  7. Questão 3 - Nas duas primeiras imagens a mulher é tratada como objeto sexual, e as propagandas tem um sentido machista e sexista. Já na terceira imagem mostra a competência da mulher, buscando igualdade no mercado de trabalho.
    Módulo 2:
    Por mais que séculos já tenham passado e os direitos conquistados a igualdade ainda não é plena, algumas mulheres ainda mantém a dependência financeira e psicológica, contribuindo para manutenção da violência.

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  8. Momento 02

    Questão 03: Nos três casos fica clara a violência contra a mulher. No primeiro caso há inclusive inversão valores, quando se insinua que a mulher é mais infiel, o que não é verdade, segundo estatísticas e o próprio machismo.
    No segundo caso fica clara a desvalorização e generalização da mulher, colocando-a como interesseira.
    No terceiro caso há valorização mas com conotação machista, como se fosse algo especial a mulher ocupar certas posições, teoricamente reservadas aos homens.

    Questão 04

    Com base na discussão do grupo, as diferentes formas de violência mostradas nas estatísticas apresentadas tem origem principal no sistema capitalista, via industrialização com saída das mulheres para o trabalho, desestruturando as famílias e gerando os problemas comuns à sociedade moderna, retratados nessas mesmas estatísticas. Soluções: a sociedade adaptar-se e reorganizar-se em termos de estrutura familiar ou voltar aos padrões antigos, o que sabemos ser inviável e impossível, se considerarmos a mesma sociedade moderna.

    Damasceno e Tati

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  9. 3- A primeira e a segunda imagem desvalorizam a mulher e exigem que ela seja submissa, dependente do homem,
    retratando a mulher como sexo frágil.

    4-As exigências da inserção da mulher no mercado de trabalho tornando-a vulnerável;
    ainda persiste uma submissão histórica, uma inversão de valores; machismo remanescente; ignorância e intolerância cultural.


    Micheli
    Lucineide
    Euclides

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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