domingo, 28 de junho de 2015

AVALIAÇÃO EM FILOSOFIA

A avaliação no ensino de Filosofia, proposta nestas Diretrizes, pauta-se numa concepção formativa e continuada, onde os objetivos da disciplina estejam afinados com os critérios de avaliação propostos pelo professor em sala de aula. Conforme a LDB nº 9394\96, no seu artigo 24, avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica e processual, isto é, tem a função de subsidiar e redirecionar o curso da ação no processo ensino-aprendizagem. A avaliação não se resumiria em perceber o quanto o estudante assimilou do conteúdo presente na história da filosofia, ou nos problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema.
Concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social e articulando-a aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que vise “desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis e propicie o melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior participação na sociedade.
Nesses termos, a avaliação formativa deve servir como instrumento docente para a reformulação da prática através das informações colhidas. A avaliação também se pretende continuada, processual, por estar presente em todos os momentos da prática pedagógica e possibilitar a constante intervenção para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
Os instrumentos de avaliação em Filosofia, atentando para a construção da autonomia do educando, acompanham as próprias práticas de ensino e aprendizagem da disciplina e podem ser registros de reflexões críticas em debates, que acompanham os textos ou filmes; produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, dentre outras possibilidades. Várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão, reflexão dos conteúdos pelo aluno e, sobretudo, expressão oral ou escrita da sua percepção de mundo. Levando em conta a atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos.
A forma de agir metodologicamente no ensino da Filosofia em nível médio aproxima estudantes e professores nas indagações e esses da realidade social devolvendo o conhecimento científico. Cabe ao ensino das diversas disciplinas curriculares no Ensino Médio e, também da Filosofia, despertar a consciência da força dessas mudanças.
Demonstrar nexos de responsabilidade entre a ciência e a política pode devolver aos professores e alunos, a dimensão social desse conhecimento nos currículos de Filosofia.
As contribuições sobre a disciplina requerem visões e interpretações de maior compreensão e menor margem de equívocos ou reducionismos. A iniciação metodológica da Filosofia na escola deve passar pela simplicidade, ainda que se lide com a complexidade.

(Proposta Pedagógica Curricular - Colégio Zardo. 2012)


DIRETRIZ ESTADUAL












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QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS

1 - Para que serve a Avaliação na sua disciplina?

2 - O que precisa melhorar nos aspectos avaliativos de sua disciplina?

4 comentários:

  1. 1 - Para que serve a Avaliação na sua disciplina?
    Para aferir o grau de compreensão dos conteúdos pelo aluno e a partir daí poder retomar os mesmos rumo a compreensão dos conceitos trabalhados.

    2 - O que precisa melhorar nos aspectos avaliativos de sua disciplina?
    Encontrar formas de despertar no aluno a importância da avaliação como parte da aprendizagem e não como punição. A avaliação permite ao estudante que avalie o quanto compreendeu do conteúdo proposto nas aulas e o que não ficou claro. Mas isto requer maturidade de nossos estudantes e a maioria ainda não a possui.
    Tenho tentado avaliar os alunos com apresentações orais, e outras formas de expressão, mas não podemos esquecer que o sistema avaliativo nacional ainda é na forma escrita e esta habilidade precisa ser trabalhada com os estudantes.


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  2. No meu entendimento, os conteúdos e seu aproveitamento passam muito mais pela participação em aula do que na confecção de trabalhos e provas. A leitura e a consequente reflexão não fazem parte do cotidiano de nossos alunos. Muitos, principalmente do primeiro ano do secundário, têm sérias dificuldade de leitura e escrita. Prefiro trabalhar conceitos com exemplos práticos do seu dia a dia. Se isto vai contra a noção de que só existe ensino de filosofia através do texto clássico, considero que sim. Mas, quando a disciplina foi reintroduzida no currículo, principalmente, no Paraná, via esforços dos professores Emmanuel Appel (Filosofia/UFPR) e Geraldo Balduíno Horn (Educação/UFPR), via NESEF (http://www.nesef.ufpr.br/), Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Ensino de Filosofia, acreditava-se que seria possível trabalhar os textos clássicos em sala de aula. Bem, depois de quase dez anos, conclusão das pesquisas realizadas pelo próprio NESEF, o balanço é de que poucos professores no Paraná adotam o texto clássico. Assim, fica a pergunta, quando os citados professores abraçaram a causa do ensino de filosofia, tinham conhecimento das reais condições em sala de aula nas escolas públicas do Paraná? – Prof. Walter.

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  3. 1) Além do cumprimento de aspectos previamente impostos ou burocráticos, visto que há uma obrigatoriedade de realizar avaliações bem como um direcionamento de como elas devem ser realizadas, elas servem, na medida do possível, de indicador do aproveitamento, da compreensão, da interpretação, criticidade, nível de escrita, como também do interesse do discente pela sua vida escolar.

    2) Como a professora Maria Domingues bem pontuou, também procuro ao avaliar os alunos envolvê-los na discussão, na atitude crítica, nas temáticas próprias da filosofia e não somente imputar-lhes uma numeração, que na maior parte das vezes os desagrada e soa-lhes como punição. Contudo, o filosofar se dá, principalmente, a partir da leitura (dos fatos cotidianos, históricos, políticos, sociais, epistemológicos, etc), da reflexão (do pensamento aprofundado), da compreensão, dos problemas e soluções, e tal pressuposto, geralmente, nos é negado, seja pela falta de interesse do aluno para com isso tudo, seja por outras dificuldades de implementá-lo. Profª Íris

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  4. A avaliação em Filosofia é de caráter formal e apesar de pretender abarcar o conteúdo ministrado, ainda peca por não contemplar toda a subjetividade do sujeito. Muito embora, os conteúdos sejam algo fixo, a forma como o aluno lida com os textos e as pontes conceituais que ele estabelece com o momento histórico em que determinado filósofo lidou com sua temática, ainda necessitam de uma maior atenção. Cada filosofia e cada filósofo é fruto de seu tempo e vive o seu "zeitgeist". A velocidade da informação e as demandas de uma era onde ainda imperam a intolerância e as desiguladades, poderia assustar muitos filósofos como Locke e Rousseau. O que não dizer então de Foucault, que se fosse possível ver como a biometria se tornou o novo Panóptico da atualidade, estaria dizendo em um bom tom, que a internet serve para "Vigiar e Punir".

    Sou um amante dos clássicos e acho que eles devem ser estudados mais do que nunca. Por isso, mesmo creio que minhas avaliações nunca perdem de vista que o aluno é um sujeito em constante mutação. Ele não é uma "tábula rasa" onde devo inscrever meus conteúdos. A escola está necessitando de uma revolução, pois se estamos na era da informação, passando pela era do conhecimento, só a filosofia poderá fazer a transposição para uma era da sabedoria. O caráter crítico e reflexivo da filosofia deve ser estimulado ao máximo. Pois diante de tantos conhecimentos acumulados e tanta informação jogada na mente dos nossos jovens, o que de verdade fica retido em suas mentes?

    Numa era de liquefação, no entender de Baumann, conseguir que o aluno retenha algum conteúdo da escola, e da filosofia em particular, já é uma grande proeza. Então por que avaliar? Para através de um método de amostragem, eu poder determinar um número mínimo de conteúdos que o aluno deve dominar para passar de ano. Mas o teor qualitativo, onde fica? Onde ficam as capacidades criativas que seriam capazes de ressignificar o mundo? Mais uma vez concordo com Marx: "Não basta entender o mundo, mas sim modificá-lo". Onde está a força da educação para produzir essa modificação? Somo meros reprodutores de informação, ou uma geração que munidos dos conhecimentos atemporais do filósofos, traremos uma nova luz para as gerações vindouras?



    Profº Marcos.

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